O Criador de Imagens
Diário de Bordo de Jowfish.
Terça-feira, 26 de outubro de 2010.
Auras... Nunca pensei serem tão perigosas.
Quando cheguei em Asíris, uma planetinha um pouco pra lá da quarta estrela da esquerda, já chegou um cara dizendo ser um general, que já estavam nos esperando [sabe-se lá como] e que seríamos levados até o Criador [tá bom, né?].
Nesse caminho, o general contou uma rápida história daquele mundo.
Rápida, mas reveladora. Em alguns minutos ele conseguiu explicar coisas muito interessantes, como a Aura e alguns de seus usos, e as duas formas de vida no mundo, com suas relações.
Então chegamos até o tal Criador.
O rapaz estava sentado em um pequeno trono, num salão BEEM grande, cheio de soldados. Ao lado do trono, dois homens estavam do lado esquerdo do Criador e outros três jovens (dois garotos e uma garota), do lado direito.
Chegamos até a frente do rapaz no trono e, com um sinal de mão, os soldados nos deixaram, ficando só nós doze ali [contando com os cinco piratas].
O Criador, dizendo se chamar Rafael Lima, disse que, para explicar o tesouro preso naquele mundo, precisaria contar uma história. Eu, que quase não gosto de ouvir histórias, claro que aceitei.
E lá se foi ele.
Primeiro, perguntou o que achamos da introdução feita pelo general [quando chegamos no mundo, lembra?]
Como já respondi isso lá atrás, vou pular minha resposta.
“Que bom que gostou.”, ele disse e começou a contar uma história sobre o garoto de seu lado direito, chamado Yin Ashvick.
Conforme a história corria, notei que a linguagem que ele usava era simples de se entender e bem rápida. Não ficamos impacientes, nem entediados com a duração da narrativa... O que já é um grande feito.
E o danado teve a capacidade de hipnotizar todo mundo logo no comecinho, porque não tinha o que os outros começos possuíam... Chateza.
O começo da história do Criador já chegou com travessuras de dois pequenos estudantes de uma escola de um dos generais de seu lado esquerdo, Hanai Ashvick.
Um começo dinâmico, rápido e com encrenca atrai qualquer um... E prende...
E foi o que ele fez.
Danadinho.
Mas não foi só o começo que ficou nisso. O resto da história só foi ganhando cor, velocidade e força, conforme seus personagens aprendiam e evoluíam.
Mas a coisa que achei mais GENIAL na história foi a capacidade de descrever movimentos.
Não, não. Não são aquelas descrições, tipo: “Fulano correu, com seus braços balançando como um orangotango manco...” Não! Sai pra lá!
Eu, que não gosto de descrições, devo admitir que fiquei com inveja. São poucos os que conseguem superar esse capitão aqui [Ego... desce, ego. Desce...].
Com uma habilidade incrível nas palavras, o cara conseguiu fazer com que cenas, antes, só vistas em desenhos, ou animes (como quando a tela fica preta, e passa um traço branco por ela, mostrando que alguém cortou alguma coisa) ficassem tão bem transmitidas ali... Que a tela simplesmente não serviu pra NA-DA!
Essa capacidade que o jovem teve para criar essas imagens foi algo que não encontrei nem nos mundos mais clássicos. Muito menos com os criadores que se dizem clássicos.
Acabou que fomos enganados... Porque achamos que seria uma única história... Mas o cara teve que parar no meio da reunião para ir ao banheiro [ligar a máquina de churros, acho]. E deixou a história pelo meio...
Só nos entregou um papel escrito:
E agora?
Agora a gente tá esperando ele sair de lá pra acabar de nos contar, né?