Diário de bordo de Jowfish.
Domingo, 15 de maio de 2011.
“É... onde isso tem de começar?”
Bom... [coça o cavanhaque] o melhor melhor memo seria se começasse dentro de casa. Com alguém contando uma história pra criança dormí.
- Mas nem sempre isso acontece, né, Capi?
Pra falá verdade, aqui no Brasil, é DIFICÍLIMO encontrá pessoas que tiveram alguém contando histórias preles dormí...
“E o que acontece nesse caso?”
É aí que entra a escola, Marujos.
Pra quem num teve éssexperiência, é na escola que vai tê. Não pra dormí, claro, mas o contato com elas.
Pra quem já teve, terá contato com mais e mais histórias...
“O professor?! Mas ele não é o vilão do negócio todo?”
Vilão?! Não, não! De jeito nenhum!
“Mas...”
Eu disse lá que boa parte dos professores não sabe como passá as coisa.
O que é verdade. Existem aqueles que num quer nada com nada e táli só pra fazê alguma coisa e acaba usando aqueles manuais como se fosse uma bíblia;
E também existem aqueles que tão ali pra mudar, pra fazê a diferença, pra criá pensadores, pra criá TRANSFORMADORES.
Esses sim são professores de verdade. Vai atrás, procura, pesquisa, pensa em como ensiná e prepara a aula.
- Tá... mas ainda não falou nada de como fazer isso.
Nossa, que estresse todo é esse? Nasceu com 3 mês, é...?
“Mas é verdade, Capitão. Assuntos sérios devem ser tratados com seriedade.”
Á... intão qué dizê que as ôtra conversa foi balela?!
“Não, é que...”
Tá bom... tá bom... vixi marela... que estresse...
O que move uma pessoa é a CURIOSIDADE, mas o que dá sentido pra vida dela, pra fazê ela levantá e tals, é a MOTIVAÇÃO.
Daí, a gente tem que conseguí fazê a criança, ou o jovem, ou o adulto, ficar curioso com alguma coisa.
Daí a gente pode usá, pra atraí o Marujo, alguma coisa que eles gostem, por exemplo: se é um Marujo alegre, manda um livro de piada; se é desatento, um de fantasia; se qué sabê tudo de tudo, um de detetive... e assim vai.
O importante é fazê com que o Marujo SINTA que faz parte da história. Que pense que ela poderia ser aquele personagem ali... que tal personagem parece com ele, ou com uma amiga...
Isso vai dá uma aproximação dos dois. Um vai se sentí amigo do ôtro... tá entendendo?
- Sim, sim.
“Uhum.”
Com isso, tu já rancou o peixe do mar. Só que pracabá de fritá o bicho, tu precisa motivá o Marujo.
Incentivá a lê ôtras coisa. Por exemplo: pra quem começou com fantasia, manda pro Steampunk, ou pra Ficção Científica, ou até mesmo pros de Detetives; o contrário pra quem começou com os de detetive; se foi piada, passa alguma história que seja engraçada, de preferência uma de fantasia.
Pronto. Mostrando dois tipos de história, aos poucos ele vai acabá mudando pras ôtra por curiosidade em conhecê elas. Daí deixe que ele crie seus gostos e escolha seus gêneros preferidos.
Não, não... esqueça a coisa de que leitura = livro.
Isso daí é uma atividade pra fazê com a Leitura.
“Daí entraria, então, livro, filme, revista, quadro, história em quadrinho, quadros...”
Isso, isso... entra tudo. Quanto mais a gente conseguí mostrá o quanto a Leitura cerca a gente. O quanto ela tá perto de cada um de nós, mais preso a ela o Marujo fica... aumentando sua visão de mundo.
E mais perto de virar um Capitão.
Até porque, TODOS gostam de ler. Taí o MSN, Orkut, Facebook, ou qualqué ôtra rede social que nume dêxa mentí.
Agora que já fritamos o pêxe... é só aproveitar a sopa.
Dica manera!
Yo capitão! Gostei das sugestões. ^^. Uma coisa que eu acho que poderia ser interessante seria as escolas terem grades flexíveis de livros, ao invés de obrigar os alunos a lerem sempre os livros indicados. O professor poderia dar uma lista de títulos dos mais diversos gêneros; o aluno escolheria um livro para ler e, no fim, ao invés de fazer uma "prova do livro", escreveria um comentário crítico comentando o que achou do livro. Outra coisa que eu acho importante, mas que eu duvido que aconteça tão cedo, é flexibilizar os livros que devem ser lidos nas escolas. Geralmente a escola sempre trabalha com livros clássicos, considerados pertencentes à "alta literatura", e desprezam a literatura mais recente e popular. Aliás, a maioria das escolas se apóiam na visão dos estudiosos e críticos literários, que consideram livros como "Harry Potter", por exemplo, obras sem valor. Tá, tudo bem, esse tipo de livro pode não ser reflexivo, ter um grande estilo literário ou falar sobre as grandes questões da humanidade, mas eles fazem algo que poucos clássicos conseguem: instigar o leitor à viajar para dentro da leitura e querer ler ainda mais! Se as escolas fossem espertas, elas poderiam até tentar fazer uma espécie de integração entre alguns dos livros sugeridos e as matérias estudadas: indicar "Percy Jackson" quando se estivesse estudando mitologia grega, por exemplo. Garanto que os alunos iam aprender muito mais rápido, hehe, ;-).
Sem dúvida!!!
Isso chama "Integração Curricular"... o envolvimento entre as matérias [acho que já falei dela e algum post por aí P-)].
Essa atividade que tu sugeriu é MUITO boa, porque faz com que o aluno, desde o começo, comece a ter a criticidade e argumentação que desenvolverá ao longo dos anos.
Quanto ao HP... ele tá na minha lista de clássicos.
Pra mim, um clássico deve interagir com seus leitores. O HP COM CERTEZA faz isso [e muitos dos tidos como clássicos não fazem];
Um clássico deve trazer questões da vida que o ligue a seus leitores. O HP faz isso com um maestria EXEMPLAR, olha o Harry, por exemplo, órfão de pai e mãe... maltratado pela família que lhe restou e busca isso nos amigos e escola. isso além de muitas outras questões.
Além de que, HP mudou o sistema de contagem de Best-Seller. Pra entrar na lista dos mais vendidos, ANTES do HP, era preciso vender cerca de 50 mil exemplares. Depois do HP, pra entrar nessa mesma lista, é preciso vender cerca de 95 mil livros!!!
E quem diz que HP não é leitura, é fraco e blá blá blá, é porque não leu ou só passou o olho pelas páginas.
Concordo com você quanto ao Harry, capitão! Mas acho que ainda vão se passar muitos anos até que Harry Potter seja realmente considerado um clássico. Com "O Senhor dos Anéis" aconteceu mais ou menos a mesma coisa: na época em que foi lançado um monte de gente gostou, mas crítica desceu o sarrafo; em compensação hoje em dia existem até cursos em universidades só para estudar a obra de Tolkien! Acho que, principalmente em se tratando de livros de fantasia, só quando uma leitura sobrevive ao tempo é que a crítica passa a prestar mais atenção nela; e levando em conta o tamanho do sucesso de HP, acho que a série tem plenas condições de continuar viva ainda por muitos e muitos anos, :-).
Quem escreve pra crítica não pode ser considerado escritor.
Escritor é aquele que escreve para os LEITORES.
Escreve para se divertir.
Escreve para aprender.
Escreve para ensinar.
Ensinar a viver.
Ensinar a amar.
Ensinar a ser humano!
Qualquer coisa fora disso, não é em escritor.
e sim, isso inclui os que só escrevem pra vender.