Minha vida histórica

Diário de bordo de Jowfish.
Quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011.

“Tá, saquei...”, tu me diz, “O sonho é sinal de criatividade... Mas e se eu usar alguma coisa que aconteceu comigo?”
Que é que tem?
“Ainda é criatividade?”
Hum...
“Porque não tô criando nada, tô só escrevendo uma coisa que já aconteceu.”
Hum... ‘Tendi...
“E quem faz isso não é criativo.”
Tá... Saquei...
“Além do mais...”
CALA A BOCA! Moleque danado... Inconveniente... Danado... Dexeu falar... Que coisa absurda...
“Então fala logo!”
Nossa... Que irritação...
Vejamos... Como posso explicar isso...? Ah, já sei.
Pra começar... Esse tipo de coisa é uma das mais difíceis de se fazer.
É verdade...
A fofoca é o melhor exemplo disso.
É verdade...
Duvida?! [Uau! Que novidade...]
Então tá bom... Olha só: finjamos que dez pessoas viram um acidente de uma moto com uma bicicleta [porque tragédia é a alma do negócio].
Se separarmos os dez pra falarmos com cada um sozinho, poderemos ter até dez acidentes diferentes.
“O quê?! Não... Impossível...”
Ah é? Certeza? Tu já prestou atenção no que o seu vizinho fala? Então comece.
Quando vemos alguma coisa, acabamos dando maior importância a alguma coisa. E isso influencia o que vamos dizer.
Por exemplo:
Se um dos dez derem importância ao ciclista, vai falar o que ele fez até o acidente... E como ele tava certo, ou errado...
Mas se alguém der importância ao motoqueiro, vai falar o que ele fez até o acidente... E como ele tava certo, ou errado...
Se não importa quem fez o que, a pessoa falaria sobre o acidente, sobre a moto, a bicicleta, o tempo, o cachorro que passava...
Se fosse a saúde dos dois [ou de um deles] o que importasse, então a pessoa faria QUESTÃO de dizer que a ambulância veio rápido, ou demorou muito pra chegar...
“Tá bom! Já deu pra entender...”
Ah, sim... Me empolguei, desculpe.
“Tudo bem.”
Bom... O que eu quero dizer é: quando falamos de algo pra alguém, procuramos passar o que mais nos chamou atenção...
O problema é conseguir fazer com que o outro também se interesse pelo que nos interessamos...
Acredite... Convencer alguém de que a sua visão é a mais interessante... Não é uma tarefa fácil...
Só não se esqueça de dar parabéns pra sua vizinha fofoqueira...
Ela consegue fazer o mais difícil... Com tanta facilidade...

Larissa Vicentini disse...

Ler você é mesmo gostoso!
Corre tudo tão natural e divertido... Rs

Mas senti uma coisa nesse aqui que depois comento contigo! Huahsuahsua... Presenças ON.

De fato. Bom, então a criatividade é parente da subjetividade... Da personalidade no mínimo. Porque cada um é único em constituição e é isso que direciona o olhar de cada um do modo de ver de cada um. Bom, a criatividade, nessa perspectiva, seria algo que não daria pra fugir à existência de ninguém.

Faz sentido.

Beijão.

Anônimo disse...

Verdade. Cada um tem um ponto de vista, uma maneira de enxergar, de encarar, de entender, de aceitar, e isso interfere fortemente na maneira de se expressar...