A Guardiã do Fogo

Diário de bordo de Jowfish Kraken.
Quinta-feira, 16 de outubro de 2014.

Capa do livro "A Guardiã do Fogo", da
Capitã Lívia Kraken.
Temos uma garota de vestido branco e
cabelos ondulados e castanho até a
altura dos ombros, de costas pra gente
e com os braços dobrados em L. Fogo
sai das duas mãos dela.
No fundo, temos um medalhão em forma
de dragão, junto com o título da obra.
O resto é um vinho quase preto...
E hoje você vai falar o que de piratas, Capi?
Na verdade... hoje eu vou falar de outra coisa.
Ué?! Mas já acabou sobre os piratas?
Ainda não...
Então não entendi.
Era pra essa postagem sair na segunda-feira, na verdade... Mas como a Capitã Lívia Kraken já puxou o assunto, eu resolvi não adiar tanto.
Uau... como se de quinta pra segunda fosse uma baaaita espera...
Marujo, se não quiser ouvir é só--
Ai, Capi! Deixa de ser assim! Eu tô brincando! Benzadeus...
Então vamos aproveitar todo esse calor agraciante do Di e vamos falar sobre o livro mais esperado pelo OPL desse ano!!!
Di? Quem é Di?!
Dimônio.
...................................por que eu ainda continuo aqui...?
Ah, vá vá, vai.
Vamos falar, então d’A Guardiã do Fogo!
Aaaaaaaah sim! Foi o livro que a Capitã Lívia falou que escreveu, né?
Isso. Esse mesmo.
Ah, Capi. Mas então o seu julgamento não conta, poxa!
Uai... por que não?!
Porque todo o oceano sabe que vocês dois tem um caso anacrônico indissolúvel em meio gasoso...
Nada a ver o chão com a rapadura.
Como não, Capi?
Porque eu nunca gostei do gênero da história!
.................................Ai, Capi! Como assim?
Uai... cada um gosta de um gênero e não gosta de outro. Eu nunca gostei de drama adolescente... ainda mais de drama adolescente de mulher...
GRRRR!!!
Ai, Capi! Mas romance é TUDO DE BOM!!! Tem homem bonito, Capi?
Tem..............todos.
Tem mulher bonita, Capi?
Tem.........................................algumas.
Tem duas pessoas perdidamente apaixonadas, Capi?
Se não tivesse, não seria romance, né?
Ai, Capi! Seu grosso!
Esse livro é lindo, se tem tudo isso, Capi!!!
É.......
Ah, é. Você não gostou do livro.
Muito pelo contrário.
.................................oi?
Oi, tudo bem?
Como assim? Você gostou do livro, Capi?!
Meu orgulho masculino me obriga a não dar uma resposta tão direta... mas digamos que eu aprendi a ser mais paciente com esse tipo de história... e a ver o drama feminino com outros olhos...
OOOOOOWWWWWNNNN, Capi! Que fofo que você é!
Olha só que engraçado... eu tava vendo as postagens antigas aqui do OPL e vi que faz um tempão que não mando ninguém pro Kraken......
Ai, Capi! Já calei, vixe!
Mas vai, fala desse livro milagroso, aí!
Bom... vamos do começo.
Capa de trás do livro, com a sinopse
básica do livro, e o medalhão de novo,
só que dessa vez um pouco mais
nítido... E o título da obra também tá lá.
Ok.
A história começa com uma menina, que mora numa cidade chamada Tenebra, que se mudou pra uma casa que fica a um quilômetro do cemitério da cidade...
Ai, credo! Bate na madeira! *TOC TOC TOC TOC*
...e a janela do quarto dela dá de frente pra ele.
Ai que horror! Tadinha dela! E quantos anos ela tinha, Capi?!
No começo da história, 15.
Tadinha! Nessa idade e já tendo que viver com essa visão...
Êêêê... mas já vai começar a choradeira? Nem comecei ainda!
Desculpa, Capi. *Snif!*
Bom... daí, numa bela manhã de sol, ela acordou sem nada pra fazer e, como toda pessoa normal, pensou “Ah. Bora dar um passeio pelo cemitério...” a noite...com a lua cheia...os ventos cortando a cara...os zumbis correndo soltos pela cidade...os lobisomens--
Ah, Capi! Para, vai. Não tem nada disso, lá.
Desculpa... foi mais forte que eu XD
Humpft!
Mas é verdade, ela decidiu passear pelo cemitério enquanto o Seu Lobo não vem e, de repente, encontra uma criatura linda e poderosa chamada Laurien, uma Anja Negra. Ela tenta matar a garota, mas não consegue por um milagre divino...e a menina consegue voltar pra casa.
Essa menina não tem nome, Capi?
Uai... Sofia. Eu não disse?
............não....
Hehe, eu sabia que não. Essa foi uma tática usada pela Lívia, muito boa, aliás, que é a de dar o nome da garota só mais tarde. E você não sente falta desse nome até no momento que alguém pergunta o nome dela.
Oloco, Capi! Mas você não reparou que ela não tinha nome até lá?
Não... do mesmo jeito que você não reparou que eu não tinha dado nome pra ela até eu começar a repetir “garota”.
Hum.... faz sentido... ok, continua.
Bom... depois disso, ela começa a ser perseguida loucamente por essa Anja, que quer sugar a alma da Sofia, até que a menina descobre que consegue fazer uns poderes quando usa um medalhão de dragão que ganhou da avó.
Tem Magia no livro também, Capi?!
Ô!!! Tem mais magia que grama!
A-D-O-R-O magia!
Foto da Lívia, que tá lá no livro dela! Branca,
linda e de cabelo rosa...
Enfim... nisso, ela acaba fazendo uma magia que leva ela e um amigo, Hector, pra Adamantim, uma vila que fica em outro plano, onde todos podem usar magia.
Lá, Sofia aprende a fazer uma besteira atrás da outra e colocar todo mundo que tá com ela em risco de morte.
UHULLL!!!
Aff, Capi. Deixa de ser assim, vai.
Mas é verdade. Quer idade mais perfeita pra se fazer estupideza e agir sem pensar?
Ela levou isso bem a sério, pelo jeito.
Demais!
Mas é por causa disso que a história tira tanto fôlego.
Uai... Por quê?!
Porque você sabe que ela vai fazer alguma burrada... e toda vez que ela faz isso alguém morre, ou quase morre...
Daí fica aquela coisa do “quem vai ser agora?”... hehe... da hora...
Mas Capi, calma... você não disse que esse livro era de romance???
Sim...
Então cadê o drama?!
O drama começa quando ela conhece Charles, um anjo... e se apaixona por ele.
Só que ele não pode ficar com ela, porque ele é um anjo e ela, uma humana.
E daí eles vão lutar contra todos os anjos pra ficarem juntos, né Capi?
Éééé......................não...
Ué!
Tem demônio na história, também...
Mas em Adamantim, ela conhece mais garotos....todos bonitos, como eu já disse... e tem uma queda por alguns deles... mas nunca se esquece do Charles.
E ela quer desesperadamente sair de Adamantim pra poder voltar pros braços do Charles... e ver ele sorrindo mais uma vez pra ela se derreter toda e blablabla...
Own, Capi... Tá com ciuminho, é?
............Hã?!
Tá com ciúme! Tá com ciúme! Tá com ciúme!
Deixa de besteira, Marujo. Ela é nem é real!
Então por que você tá vermelho assim?
É........o........calor.
Vamos lembrar as categorias!

vale pra ideia. Quanto mais caveiras, mais original, bem bolada, inovadora e/ou transgressora foi a ideia;
é pra expansão. Quanto maior, mais chance ele tem de puxar nego de todas as idades pra ler o livro.
O que não quer dizer que quanto mais “X”, mais bem escrito o livro está, mas sim que o livro teria mais facilidade de se espalhar tanto entre jovens, quanto adultos, independente de rico, pobre, se estuda no centro, na periferia, ou no quinto dos infernos.
simboliza  os personagens. Quanto mais timões, melhor foi a construção dos personagens.
E o último é...?
que representa o final. Quanto mais bússolas, melhor e inesperado foi o final.
Certo?
Certo!
Ah! E lembrando que cada categoria vai de 0 a 5, ok?
Beleza.

A Guardião do fogo leva:

A ideia de usar anjos e demônios já tá bem batidona, ainda mais com todo o boom que teve há uns anos, com a saga Hush Hush, A Batalha do Apocalipse, O Torneiro dos Céus e O Senhor da Chuva... mas juntar Feiticeiros, Anjos Caídos, Ninfas e interdimensões foi um extra bacana na história.
Além disso, foram criadas mais duas espécies: os Ureons, que são homens que se transformam em um urso gigante (Beor mandou lembranças) para proteger a Deusa Andrômeda; e as Anjas Negras, que são uma raça de Anjos Caídos feita só de mulheres.
Taí a prova que mulher é um bicho ruim...
Procê ver! Pra uma mulher admitir isso...
Tem também um personagem chamado James, que anda numa pantera... me lembrou muito o nosso Curupira... mas é só impressão, mesmo... lá não tem nada que comprove minha intuição...
Mas até aí, eram 4 caveiras... Caiu pra três pelo seguinte motivo:
Em partes importantes na história, em que teremos traições e algo do tipo, sempre tem uma personagem onisciente... que avisa da traição. Isso tira totalmente o efeito surpresa da coisa... e a cena não dá impacto nenhum...


Pra essa nota, tomo como base livros como A Culpa é das Estrelas, Jogos Vorazes, Divergente, Diários do Vampiro etc...
Ou melhor, vejo tanto potencial quanto.
A começar pela personagem principal, que encarna praticamente toda garota adolescente do mundo. Adolescentes desde os 11 até os 35 anos
Oloco, Capi. 35?!
Vai falar que não tem gente por aí com essa idade e se achando A debutante vítima de tudo!
Ah... é... tem gente até mais velha assim...
Então.
Depois, tem o amor da vida toda... aquele príncipe encantado lindo, cheiroso e maravilhoso, simbolizando o sonho de boa parte da mulherada...
Que tá sempre lá pra te salvar...
Erradíssimo!
......???
Charles não tá lá quase nunca! É tudo a menina que tem que se virar sozinha. Charles não é esse tipo de príncipe, não.
Pra alegria das feministas.
..............é você quem tá dizendo...
Tá, mas isso não dá 5 estrelas pro livro. Isso engloba só meninas. E os meninos?
Pros meninos, tem porradaria do começo ao fim do livro. Garganta sendo cortada, demônio sendo explodido, carinha morrendo queimado de dentro pra fora por um dragão de fogo...
É paulada pra tudo que é lado.
Nem na escola, que é o lugar pra se ter calma, a garota tem sossego!
É uma troca o tempo todo de drama e porrada, drama e morte, drama e burrada que leva a mais porrada... Então na hora que um para pra respirar, o outro perde o fôlego... e assim vai...
Ai, Capi! Mas e eu que gosto dos dois?!
Compra uma bombinha de ar, Marujo, porque a coisa vai ficar feia pro seu lado...
Mas só isso teria dado pra ela uns 4 x, porque sempre tem aqueles que não gostam de literatura de massa.
Nossa, Capi! E o que ele tem que pode atrair esse povo?
Ele tem um monte de transgressões simples, mas que fazem a narrativa ficar um tanto quanto interessante.
Tipo...?
Tipo deixar pra dizer o nome da protagonista só quando for realmente necessário; falar com o leitor só até ele entrar na personagem, pra se sentir ele mesmo falando ali; tirar umas preposições e pronomes da frase pra dar uma confundida em quem tá lendo; e o mais brilhante de todas: sabe quando alguém fala alguma coisa, e você ouve, mas não ouve?
Como assim?
Tipo... você tá lá, assistindo TV e alguém fala pra você lavar a louça e vc fala “ok”... daí a pessoa volta e fala “você não lavou a louça???” E vc diz “era pra lavar? Você não pediu...”
Ah tá. Sei. Que que tem?
Então, pela primeira vez num livro assim eu vi isso acontecendo com a protagonista. As pessoas falam com ela enquanto ela tá distraída e daí ela responde, mas não ouve, hehe...
Poxa... Bacana, mesmo...
Enfim, daí tem mais outras transgressõezinhas aí, não vou falar todas, claro.

Ah, Capi. Mas aí já é sacanagem!
O quê?!
Dar todas as notas altas só porque ela é seu amorico, Capi?
Ok... agora você me ofendeu, Marujo.
Eita! Ofendi porquê?!
Você tá se esquecendo do que a gente passa aqui no OPL. A gente não puxa saco de ninguém. A gente fala o que a gente acha sobre a coisa e mostra o porquê de acharmos aquilo.
A Capitã Lívia Kraken sabia disso melhor que ninguém e quis ter a resenha aqui.
Agora, se você acha que eu seria capaz de enganar vocês desse jeito mesquinho e medíocre--
Tá, tá, entendi, Capi! Nossa! Desculpa, poxa.
É que ela só tá ganhando nota boa...
E eu não tô mostrando o porquê?
Sim, mas...
Você acha que eu tô mentindo pra você?
Não, Capi, é que...
Então o quê?!
Ai, Capi... não sei... é que foi suspeito, só isso.
Hum... Posso continuar?
Pode...
Os cinco timões são pela construção dos personagens... que são todos planos.
O quê?! Como assim “todos planos”?!
Não tem nenhum redondo???
Não. Nenhum te surpreende nas ações.... opa! Minto. Teve uma personagem redonda, sim.
Ah bom! Pelo menos a Sofia tinha de ser redonda...
Nops. A Sofia é plana, como todo mundo.
Então quem--
Laurien.
A Anja Negra?!
Isso. Ela é a única que surpreende a gente... uma vez... o resto é tudo plano.
Mas então por que ele tem 5 estrelas?!
Já tentou fazer uma história só com personagens planos...
Já! É fácil!
...com vários personagens principais e secundários...
Até uns 7 é tranquilo...
...que não seja de humor...
Uhum...
...e que os tipos de planos não sejam iguais?
Como assim?
N’A Guardiã do Fogo, os personagens são todos planos, como eu disse, mas nem por isso eles são iguais. Os mocinhos são bonzinhos, e os vilões são malvados, ok...
Mas só que cada mocinho tem uma característica diferente na personalidade... que faz com que a gente conheça o personagem por essa característica.
Exemplo...?
Por exemplo: temos dois anjos na história: Charles e Rodrigo. Charles é mais quieto e carinhoso... Rodrigo é mais esquentado e ativo.
Como humanos homens, temos Hector e Rafael. Hector é mais melancólico e vítima; Rafael gosta mais de ver o circo cair na lama.
Como mulheres, temos Sofia e Marina, mãe dela. Sofia é inconsequente e irresponsável..............mas é uma santa, se comparada à Marina.
Hum... É hereditária essa adolescísse, então?
Pelo jeito...
Mas isso daria pra história só uns 3 ou 4 timões.
A Guardiã do Fogo recebeu o timão número 5, porque uma personagem me surpreendeu demais.
A Laurien.
Não, a Marina.
Mas que caramba, viu!!!
Mas não era a Laurien que era a personagem redonda?
Sim. Não é desse tipo de surpresa que eu tô falando.
Então...?
Já fazia muito tempo que eu tava xingando essa Sofia. “Como pode uma menina ser tão burra?!”, “MANOW!!! ELA NUNCA APRENDE???”, “Tomara que MORRA, pra largar mão de ser besta!!!”...
Mas aí chegou a Marina... e conseguiu me fazer Odiar uma personagem do fundo da minha alma!
E isso é....................bom?
É excelente!
Odiar um personagem só acontece quando você tá dentro da história. É a mesma coisa que amar um personagem!
Você precisa estar conectado com algum personagem dentro da história pra amar ou odiar alguém.
E você não vai falar o que ela fez pra você odiar tanto ela... né?
De jeito nenhum!
Hum... ok...
Mas teve algum que você gostou?
Do Mathiéllo.
Marcelo?
SSSSSSHHHHHHHHHHHHH... Se a Lívia ouvir isso, ela te arranca o olho...
Ok... desculpa...
Gostei dele, porque ele é um cara batuta. Se tem que matar, ele mata; se tem que ajudar, ele ajuda; se tem que casar, ele casa... aliás... nem sei se ele casou mesmo ou não... não fala o que deu o rolo dele com outra guria, lá...
Hehe... bem seu tipo, mesmo.
Tem o tipo de todo mundo, ali.
Ok, próximo!

Nossa, que queda brusca!
Mas reclama de tudo, também, hein?! Tá louco! Se tá bom, reclama. Se tá marromeno, reclama também! Ah, tá louco, sô!
Nooooooooooooooooossaaaaaaaaaaa, que violência!!!
Mas por que só três, se o livro foi tão bom até agora?
E olha que poderia ter sido bem pior se o final da história não tivesse sido tão bom.
Omaiuai... mas se foi tão bom........... por que só três bússolas?!
Porque depois que a história acabou, ela colocou mais três parágrafos... que acabaram com todo e qualquer clima que a cena criou.
Eita! E o que tinha nesses parágrafos de tão ruim?
Moral.
Ain...
Pois é. Tava tudo lindo, maravilhoso e emocionante... quando vem uma lição de moral... disfarçada... mas lá estava ela... alta e clara... nos três parágrafos finais do livro...
E sabe o que é pior?
O quê?
É que ela não teve a intenção de fazer isso.
Uai, como você sabe?
Porque ela também odeia isso. E ela não ia colocar no livro dela uma coisa que ela odeia ver por aí.
Faz sentido...
Mas ai, Capi! Agora eu fiquei com dó dela, Capi!
Dó por que, Criatura?!
Porque foi sem querer que ela colocou essa moral aí.
É, mas isso porque a gente conhece ela. A nota que eu dei é como um leitor que não conhece o autor.
Eu sei, Capi, mas é que... sei lá...
Tipo... eu entendi a intenção dela... que era a de colocar uma mensagem no final pra alegrar o coração do pessoal... ou fazer eles chorarem até o fim dos tempos...
Mas infelizmente, acabou dando a outra imagem.
De boas intenções..., né Capi?
ÔÔÔ LÍVIA! VEM CÁ OUVIR O QUE O MARUJO TEM PRA TE DIZER!!!
É MENTIRA, CAPITÃ!!! É MENTIIIIRRAAAAAA!!!!