Resenhário – Cira e o Velho

Diário de bordo de Lívia Kraken.
Sexta-feira, 13 de dezembro de 2013.

Capa do livro Cira e o Velho
Fala aí, Capitã! O que tem de bom pra contar hoje?
Eu terminei de ler um livro esses dias, Marujo...
Qual livro?
Cira e o Velho, do Walter Tierno. Publicado pela Giz Editorial.
Sobre o que é a história?
Antes devo dizer que não sou muito fã de histórias que se passam no Brasil de antigamente, e Cira e o Velho é inspirado no Brasil do século XVII. Quando comecei a ler, fiquei um pouco com o pé atrás.
E você não gostou do livro?
Você não limpa a orelha, não, Marujo? Não foi isso que eu disse.
Uai, mas se você disse que não era do seu tipo...
Deixa eu contar a história primeiro!
Fala logo, mulher!

A história discorre principalmente sobre Cira, filha da bruxa Guaracy e do Cobra Norato, e sua sede de vingança contra o assassino de sua mãe, o paulista Domingos Jorge Velho. No meio de uma paisagem com pinceladas do nosso folclore, com criatura como os mboitatás, o guardião de pés virados e os reis animais. Não podemos nos esquecer da tia de Cira, a maligna Maria Caninana.
Parece interessante! E agora você vai me contar o que achou do livro?
Agora sim. O livro tem algumas imagens feitas pelo próprio autor, que torna o livro diferente e um pouco mais atrativo. Eu gosto de figuras! Gosto de comparar a minha imaginação dos personagens com a do autor.
E o que mais?
Foto de Walter Tierno, com suas cabeleiras ao vento,
olhando para a câmera e segurando um crânio
A ambientação do livro ficou muito boa! Fui transportada para a época do livro, e gostei dos personagens falando do jeito original.
E uma que me chocou foi o final.  Eu não esperava por aquilo. Não esperava mesmo! E fiquei super contente por não ser um final manjado, ou fácil de ser descoberto.
Hum... Então você gostou do livro? Não achou nada ruim?
Para falar a verdade, não achei nada que eu pudesse criticar, e apesar de ter começado com um pé atrás, adorei o livro! Até resolvi colocar uma pequena parte dele aqui, para mostrar como é bom mesmo.
“Os índios que seguiam o sertanista engoliram em seco. O Aranha estalou os dedos e respirou fundo. O ar entrava atravessado em seus pulmões e seu corpo tremia ligeiramente. Acendeu o pavio do arcabuz. Embora tivesse pouco apreço pela arma, algo lhe dizia que aquele índio não se deixaria dominar por sua habilidade com cordas e correntes.
O Diacho apenas rosno e preparou-se para atirar, engatilhando os dois mosquetes. O Velho observou-o de soslaio e irritou-se. Ele não confiava em homem valente demais. Além disso, Diacho insistia em contrariar a estratégia do Velho: empurrar os índios e mamelucos na frente e preservar os capitães.”
E cadê o resto???
Ah, Marujo... Vai comprar o livro pra saber, ué!